A chuva está parando. O som dos trovões e das gotas melancólicas nas janelas deu lugar ao assobio dos pássaros. O chão ainda está molhado; as ruas vazias testemunham a rápida tormenta que chegou e se foi sem maior aviso. Rápida, muito rápida. Quase como se não houvesse sido.
A luz espia por entre o branco lençol de nuvens, que não têm um amigo vento que as leve a outras cercanias. Talvez hoje veja um arco-íris...
Mas queria que a água continuasse a cair! Que se precipitasse sobre as árvores e calçadas mantendo todos num forçado resguardo. Queria que durasse um pouco mais, só algo mais... Assim minha solidão teria companhia.
Em vez disso o sol vai secando os últimos vestígios do que aconteceu há apenas alguns momentos. Parece dizer que não mereço esse consolo, e inclusive pressinto seu sorriso ao observar meu conformado desalento. Condenando-me a estar só, perdida dentro de mim. Nem o tempo é solidário.
Hoje precisava me expressar no meu próprio idioma... e mesmo este me parece estrangeiro.
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